MEUS VÔOS

terça-feira, 3 de novembro de 2009



Silêncio


Quisera escrever um sonho

Uma alegria,

Enviar como poesia.

Quisera perfumar o dia

Com palavras acarinhadas, e renovadas...(Arnalda Rabelo)

Proferir palavras com um

Simples raio do sol.

O coração silente e adormecido,

Borboleta, menina uma mulher.

Pedinte! Anda pela vida clandestina.

Misto de púrpura das tardes de verão.

Ousada, irreverente

Intensa, diferente, e mais além

Vive a seu único modo.

Na quietude, olha, e não faz gestos.

Fala, e não impede os atos,

Anseia em não permitir

Que interceptem seus passos.

Vive com os sentidos, fala com a natureza

Sem mesmo saber quem ela é, só por amá-la.

Senta ao chão para apreciar os campos

Que, afinal são mais verdes.

Mais puro que o desenrolar de uma vida.

Contenta com o espetáculo do mundo,

Só de sentir calor, frio e vento

E por isso,

Já vale a pena ter nascido.

Quer sair de si e ir tão distante,

Onde ninguém possa percebe-la.

Sente a brisa que escorre pelas manhãs

E lentamente se aquece no primeiro brilho do sol.

E assim a vida chega com doçura,

Ternura,

Vigor,

Desejo.

Não anseia pelas noites que o fim do dia lhe traga.

Almeja o alvorecer.

Respira...

E em cada novo fôlego,

Mais sentimentos a perscrutar,

No recôndito da alma.

Às vezes esquece de acariciar os sonhos

Mas se alimenta do amor da noite.

Constrói seus castelos

Nas cores do arco-íris.(Arnalda Rabelo)

Ama com o desperdício, como se nada fosse.

No silêncio, um som sentido

Por querer a beleza, a leveza

E fugir da tristeza.

Procura o rumo do vento

Encontra no seu pensamento

O que possa tocar seu coração.(Arnalda Rabelo)

Vida sem choro, sem dor, sem talvez.

Vida leve, vida viva!

Então balbucia baixinho...

Sou leve, sou tudo.

Quando há doação de corpo e mente,

Pode sentir o pulsar da alma...

Que agora implora o aquecer do coração...

Apenas diz:

Leve-me pro aconchego do mundo.

Só preciso ser feliz.

Sem resposta.

O coração pulsa

Em profundo silêncio,

Enquanto seu amor

Adormece em paz.


Mérci Benício Louro. (Para minha amiga irmã Chandra).
(Com adaptaçao do poema
"Quisera Eu" de Arnalda Rabelo)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Ato de Amor

Me ame com teu jeito mais gostoso,
Derrame sobre mim todo o teu corpo
Sinta meu cheiro, meu suor envolto
Que sentirás o quanto me és desejoso.

Coloque-me sentada, talvez deitada
Mordisque cada parte dos meus seios
Deixe-me latejante, quente, esgotada
Serei a seiva que corre em teus veios.

Entre em mim como se fosse meu dono
Rasgue minhas vestes, com tua audácia
Morda meu corpo, perturbe meu sono

Ame o momento com tamanha sofreguidão
Mostre o caminho, esqueça a razão
E saberás que jamais te esquecerei.
(Mérci Benício Louro)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009


Homem

Venha dar-me homem fogoso
Algo que eu nao saiba explicar
Um sentimento insano e gostoso
Que meu corpo possa gostar.

Queira-me na rua, no quarto
Faça-me ser a sua felina
Arranhe meu corpo num salto
Banhe-me com purpurina

Pouse em meu corpo sedento
Sinta meu cheiro, me queira inteira
Como se eu fosse a única, a primeira

Depois busque o silêncio
Sonhe comigo, tenha-me como açoite
E seremos cúmplices só nessa noite.

(Mérci Benício Louro)

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Tristeza

É dia,
Árvores silenciosas, estáticas
Envolvidas num temporal
Aguardando a derradeira chuva
Que virá lavar a alma sofredora,
Entorpecida de lamentos e tristezas.
Aqui estou a observá-las
Feito moribunda, a esperar
Que suas folhas caiam no compasso
De minhas lágrimas.
Tempestade de buscas
Que pairam no meio do nada.
Um voo solitário.
Como se a morte tocasse,
Acariciando esse corpo cansado.
A chuva chegou!
Fria, sem emoção, sem brilho.
Meu espírito chora.
Caminho a esmo, percorro lugares,
Observo cada gota.
Que aos poucos vai cessando,
Indo embora.
De forma lúcida
Leva consigo minha sorte.
E quando nada mais se vê,
Ouço uma voz dizer:
Coração não morra!
Pare de sangrar.
Vejo então minha alma
Pedindo prá eu não parar de sonhar.
(Mérci Benício Louro).

quinta-feira, 18 de junho de 2009



Desencontro...

Desencontro, é quando te procuro e não me acho
Desespero, é quando te quero e me descontrolo
Busca, é a minha sombra a tua procura.
Tenho sede de beber-te
Fome de possuir-te.
Há um canto que não decifro,
Uma língua para aprender,
Mas, o amor não pode esperar!
E continua sendo o maior mistério.
Por que não estás em mim?
Minh’ alma chora afoita,
Espera em tua ausência,
Alegra com a tua doce presença,
Agita e vibra com intensidade quando tu apareces.
Que sentimento insano.
Os apaixonados assemelham-se aos tolos,
Quero sentir-me tola e...
Viver este amor em plenitude.
Por onde tu andas?

(Mérci Benício Louro).

terça-feira, 16 de junho de 2009



O Fantasma do Teu Desejo...

Uma sombra noturna sou a voejar em teu encalço.
Estendo as mãos sem tocar tua pele,
Pairando sobre teu corpo a desejar um pouso.
Escuras asas abjuradas, deserdadas pela paixão,
Venho acalentar teus desvairados sonhos
Enquanto dormes aflita.

Neles sou teu. Sou eu o homem
Que teu corpo espera...
Sou eu o beijo ardente que te altera,
A carícia que tua alma aquece!
O amante que agarra tuas coxas
E invade teu corpo de prazer!

Mas a noite fenece e tu irás acordar.
Desfaz-se o sonho e eu, evanescente,
Hei de partir fluido e irreal
Como se nada houvesse acontecido...
Deixo-te com teus falsos devaneios
E assim voltas a teu mundo e teus receios.

Mas, dize-me, o que é real enfim?
Quanto melhor é o encantamento
Esse sonhado e doce movimento
De eu vir à noite, amável, ficar em ti?
Talvez um dia, quem sabe,
Ter-me-ás inteiro sem precisares dormir...

(Mario Ferrari)

sexta-feira, 5 de junho de 2009


Devaneios

Nutro em meus pensamentos
uma fantasia, um carinho especial.
Um sentir diferente.
O desejo de ter um alguém
de alma bonita, que tenha no olhar
a sensibilidade de um anjo, perfeito.
Com suas belas e grandiosas asas.
Mora longe esse anjo,
e talvez nunca o veja
além dos meus sonhos.
Não é um homem normal
Ele voa e traz consigo estrelas
a tilintar em meus olhos.
Às vezes, sinto-o vindo acalentar
minh'alma entregue
em noites de dissabores.
Sinto seu cheiro,
quando em carinho profundo
toca meus lábios.
Porém ele deixa de ser anjo e torna-se
um homem forte, colocando-me
em seus braços e sacodindo meu coração.
É uma conquista...
Uma viagem emaranhada
num voo alto e mágico.
Ele meio anjo, meio pássaro, meio homem...
Vêm e me enche de felicidade.
Deixa-me sedenta
ao gozo dos deuses.
E molhada pelo sêmem de vida
sinto-me realmente amada.
Acordo!
vejo que foi mais um devaneio.
(Mérci Benício Louro).

quinta-feira, 28 de maio de 2009





É teu corpo o meu percurso,
Todos os recantos de tua pele...
Tens meu desejo largo esboçado em ti.
Teus olhos negros e fundos,
São o esconderijo de meu ser cansado,
O porto noturno e amável que me acolhe
E entre tuas coxas de deusa,
Fenda intumescida a medrar tua volúpia,
Vou me entregar inteiro.
Tua alma encontra a minha.
Sonho.

(Mario Ferrari)

terça-feira, 26 de maio de 2009



"Abraça-me"

Abraça-me, beija-me
necessito sentir-te junto a mim.
Preciso acalmar essa chama
que arde por dentro.
Esfria esse fogo líquido
que percorre minhas veias.
Acalma meu coração que
descontrola-se na tua ausência.
Vem,
Preenche-me
Tome-me para ti
Faz-me mulher

(Mérci Benício Louro).

quinta-feira, 7 de maio de 2009


Desejos

Sou um abismo de sonhos,
Levados pelo curso dos ventos.
Alma pagã, perdida em pensamentos
Um querer de fêmea latejante e túmida.
Minha pele, meu perfume, meu veneno
Fazem de mim uma presa.
Louca e vagante, num vendaval de sonhos,
Sinto o cheiro,
O gosto ávido por um beijo
Feito fera selvagem
Grito o desejo,
No cio...
Engulo-me
E entregue fico
Com olhar flamejante.
Percorro minhas entranhas
Bebo o vinho do prazer
Sacio meu desejo
Lavo minha alma
Volto livre
Pra mais uma vez sonhar.

Mérci

quarta-feira, 29 de abril de 2009



Filha da Lua

Eu estou aqui,
Tal qual uma boba da noite
A sonhar.
Inteira como filha da lua,
Pedinte, a te pertencer.
Dei por mim no meio do nada
Delirante fêmea,
Arrebatada em minhas emoções.
Meus grandes enganos
Tão escuros nesta noite
Sem estrelas a tilintar,
Espero uma surpresa
Um recomeço.
De repente, nada mais importa.
Tudo acontece,
Quando te vejo surgir
Trazendo teu brilho
Ofuscando meus olhos
Com tua beleza.
Fico estática, a contemplar-te
Falo de ti lua
Que apareceste para alegrar
Meu coração entregue.

Mérci



Eu sou...

Uma Menina, uma Mulher,
Vim, através do vento
Porque desejei-me assim.
Esqueci medos e proibições.
Alma faminta, despi-me de tudo,
E, nua e desarmada,
Deixei-me entregue...
Pele, corpo, alma,
Desci ao mundo,
E com amor
Deixei-me sonhar nas chamas.
Sou mulher de água e fogo,
De tempestade e desejo,
De medo a explodir em vida.
Assim, as avessas de quem...
Olha e não me vê.


Mérci

quinta-feira, 16 de abril de 2009



Prisioneira de Mim

Nutro um sentimento,
Um carinho diferente
Descompassado e absurdo!
Ouço a batida no peito.
Sensação adormecida
Que lentamente vai aflorando.
Vejo uma alma, um estranho desejo,
Refletido como lanças
Estimulando a vida através da dor.
Num coração aflito.
Tanto de desejo, tanto de querer
Emergindo como um sentimento insano,
Um fogo adocicado,
A queimar minha pele urdida,
Fazendo estarrecer.
Deixando-me sedenta
Ao gozo dos deuses,
Molhada, pelo sêmem da vida,
Minha alma geme
Pedinte, presa
A descobrir no tempo,
O momento exato de ser feliz.

Mérci

terça-feira, 7 de abril de 2009



Presença viva

O vento tomou conta de mim...
Desalinhou meus cabelos
E, suavemente tocou minha pele
Senti sua presença como se,
Embriagasse, absorvesse
Do meu corpo frágil, nú
Desnuda de corpo e alma
Inalei a esperança que ele trazia
E tinha uma mistura afrodisíaca
Cheiro de mato, rosa
Ervas sendo diluídas...
Ao líquido a dimanar sobre meu corpo
Até então estático, frio
Não conseguia divisar nada
Apenas êxtase...
O vento trouxe a chuva
Vestida de cores
Amarelas, azuis, verdes.
Molhou minha pele
Lavou minha alma
E meus póros respiraram
Percebi, que estava limpa
Saudei meu espírito e,
Descansei por mais um dia.

Mérci

Alea Jacta Est


Poema de Mario Ferrari

domingo, 5 de abril de 2009




Busca Interior


A cada manhã,
renovo meu ser
Procuro através das minhas mãos descrever
O que meus olhos podem ver.
A cada dia,
renovo meu ter.
A cada sorriso,
renovo meus sonhos e meus delírios,
Até mesmo os que não posso perceber.
A cada tarde,
renovo minha vontade.
Em cada noite,
adormeço com desejos livres,
soltos, límpidos.
Faço dos meus dias, meus momentos.
Onde pouco a pouco...
Estou aprendendo
a renovar minha vida e,
inovar minha alma.

Mérci




SONHOS


Quando nossos sonhos se acabam
Fica um vazio imenso,
Uma vontade de parar
De desistir de tudo.
É um período difícil,
Em que os dias, as horas,
E até os segundos são longos.
Não conseguimos progredir,
Falta vontade
Falta motivação.
Nos fechamos para tudo e para todos
Como se nada importasse,
Nada tivesse algum valor.
Vamos nos destruindo pouco a pouco.
Por que será que muitas coisas em que acreditamos
Chega ao fim?
Acreditamos na felicidade eterna e,
Muitas vezes, ela não passa de um pequeno tempo.
Tempo suficiente para deixar uma saudade infinita.
Até que um dia...
Um novo sonho surge.
Vem chegando de mansinho
Tentando abrir os cadeados do nosso coração.
Estamos trancados, presos em aflições.
Com um enorme medo de sofrer novamente.
Mas, mesmo assim, o novo sonho vem chegando,
Trazendo em sua mala, tudo novo.
E como todo sonho novo,
É regado de novidades que fascinam e,
Mexem com emoções adormecidas,
Trazendo de volta, a emoção de viver,
Amar, recomeçar...
Nesta hora, quando tudo ressurge,
Podemos avaliar melhor a vida.
Temos que transformar cada pequeno instante,
Em grandes momentos.
Eliminar tudo o que nos entristece e
Dar luz somente ao que nos engrandece.
E quando os sonhos estiverem nas nuvens,
Devemos nos sentir seguros.
Porque estarão no lugar certo.
Então...
Será o momento de construir alicerces e subir.
Para simplesmente voltar a ser feliz.

Mérci

terça-feira, 24 de março de 2009




Amor e querer...


Sinto no amanhecer, tão fresco sabor
Teus doces lábios carregados de mel
Deslizando toda doçura na minha pele
Penetrando nela o teu ardente calor.


Um contato afetivo é algo fiel
O coração em batidas descompassadas
Numa só alma, mãos enlaçadas
E num só corpo, o amor pele a pele.


Um amor que não esqueço, que teve um começo
Perto de ti calo-me, tudo penso nada falo
Sinto-me como alma vil, apenas estremeço


E nesse teu arrepio, enlouqueço ao desejá-lo
O amor que carregas e por ele tanto padeço
Dando-te vida e alma, por tanto querê-lo!


Mérci

segunda-feira, 16 de março de 2009




Ainda não chegou o verão,
mas já sinto o calor abrasando a pele,
como se um amante sensual me
tocasse, fazendo-me elanguescer e suar...
As janelas volto a abrir,
e nua, esparramo-me pela cama longa,
sentindo a lua a me velar,
tendo o manto da noite a
cobrir minha nudez pálida
Quando necessário.

quinta-feira, 12 de março de 2009


Abraço

Abraça-me,
Beija-me
Necessito sentir-te junto a mim.
Preciso acalmar essa chama
Que arde por dentro.
Esfria esse fogo líquido
Que percorre minhas veias.
Acalma meu coração,
Que se descontrola na tua ausência.
Vem,
Preenche-me,
Toma-me para ti,
Faz-me mulher.

Mérci

quarta-feira, 11 de março de 2009

Noturno (parte um)

A lua está de corpo inteiro, nua e alta...
Derramada em todas as paragens,
Tinge tudo de prata.
É noite de verão!
Toda a gente e os insetos
Copulam em estranhas revoadas!
Cio quente na amálgama da madrugada,
Entrelaçam-se e entregam-se
Em todo ponto de lume, nas casas e nos guetos,
Nas camas desarrumadas e nos tetos
A perpetuar, nas atiradas gotas de prazer,
A vida por continuar.
Notívago sou nesta cidade,
Miríade de passantes e penares...
Dispersa na diáfana luz sobre as calçadas,
A poesia resiste nua no compasso da lua.
Vivo de ver, a vista desarmada
Na hora morta pelas ermas encruzilhadas.


Mario Ferrari

Noturno (parte dois)

Procuro um rosto em minhas sombras
E minhas negras asas pairam silentes.
É nada mais que um vulto, devaneio,
Mas teimo em perscrutar em meu planar solitário
Mergulhado no hálito morno dos becos da escuridão,
Daimon soturno e esquecido que não dorme mais.
Em todo meu movimento,
Crua dor padeço em desalento:
O fogo fátuo das paixões caladas,
As bocas entreabertas desejadas
E todos os apelos da alma incansável
Que, na geografia dos quereres,
Entrega-se inconseqüente
Entre a carência e a plenitude.


Mario Ferrari

segunda-feira, 9 de março de 2009

Confidências


Encontro-o em rostos e caras furtivas
E, por um momento, em ti quase creio
Doce mistério, oculto que não receio
Quando assim vens e o desejo me avivas!

Quero muito, e respeito seu estalar de dedos,
Desvelo, incinero e encontro a mim mesma.
E nesse encontro me perco e tal lesma,
Lentamente desvendo os teus segredos

Segredos, num silêncio que sugere sem dizer
Um olhar, um semblante, mágica qualquer
Um sonho transformado em meu perecer...

O sonho perece, mas meu desejo te quer
Num querer imenso, mais que bem querer
Quando destapo teus segredos de mulher!

Soneto em dueto
Mérci e Loucopoeta
©direitos reservados

domingo, 8 de março de 2009



Eu sou mulher...

Sou mulher...
Tenho sonhos que são só meus ...
E, entregue, eu venho
Trazer meu querer e meu olhar.
Sou essa mulher de um lugar distante,
Presa pelo umbigo a um rochedo...
Um sorriso delirante e isento,
Que quer ser o meu segredo...
Sou uma mulher, uma menina!
Um doce mal,
Um doído bem!
Hoje sou sombra, fragmento,
Um estranho movimento
A pairar em meu corpo,
Um sopro de amor no vento
A guardar meu coração prisioneiro.
No rio lacrimal em minhas pálpebras
Serei a estrela da manhã
Que me foge a cada nascer do sol...

Mérci



Encontro

Estenda sobre mim
Sua vestimenta pele
Seus poros em brasa
Sua paixão mais calma.
Durma, em mim, seu silêncio
De menina em colo de mãe
De brinquedo em mãos de criança.
Estenda sobre mim
Sua emoção mais forte
Ventre confuso, cabeça nas nuvens
Que o amor precisa e sonha
Momentos de infinitos delírios.

Cheguei Menina Mulher
E no seu aconchego
Sobre lençóis de sonhos
Esqueci meus medos e critérios.
Serena, fui despindo aos poucos
Meu corpo, meus desejos escondidos
Aguçados de prazer
Um calor, queimando minhas entranhas
Pele, corpo, alma
Adentrei seu mundo,
E com amor
Você me fez sonhar.

Mérci & Amaro


terça-feira, 24 de fevereiro de 2009



Vento Malvado
O vento malvado me tira do chão
Faz com que eu perca a razão
Depois mostra ao meu coração
Que tudo é sempre ilusão...
Vento que traz no alento
Tão nobre sentimento
Um enorme desejar
E sobriedade em recuar...
Quanta maldade traz esse vento
Faz tempestade em meu peito
E sempre sai de mansinho
Tirando a paz do meu ninho
Mérci

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Olhos que se encontram



Sorrindo com os olhos brilhando
Você me mostrou o valor de um gesto...
Eu, uma pequena mulher
Enroscada em meu mundo.
Boca sedenta,
Às vezes fria
Pés em lamaçais de desejos.
Com sede...
Sede de vida,
Com fome...
Fome de amor.
Despojei mistérios enquanto bebia
A àgua dos seus olhos, a escorrer em sua face.
E seus olhos aflitos
Loucos por um querer
Um esperar ansioso...
Um coração dilacerado,
Guardando sonhos, certezas,
Apenas esperando por seu caminho.
Olhos pedintes a implorar que lhe entenda.
Eu com o coração em estilhaços
Sem saber que rumo tomar...
O imaginei entalhando rostos
Esperando por um amor puro
Sem nada fazer, sem ao menos poder.
Não tem olhos de pedra,
Nem frieza nesse olhar
Apenas um conhecedor de almas...
Que vivencia momentos,
Mostrando detalhes da vida.
Tirou de mim a armadura
E mostrou que tenho péle...
Viu-me despida de alma
Nua de mim.
Nos olhares
Uma paz infinita...
Mostrou-me a fascinante viagem
Introspectiva...
Soube através de meus versos...
Minhas carências.
Então,
Voarei como uma Águia
Em céu aberto atingindo o mais alto dos alpes...
E lá ficarei a lhe observar
Na quietude...
Aguardando o encontro da sua outra metade.
Mérci

domingo, 1 de fevereiro de 2009

BORBOLETRAS
Ana Barreto



Voaram do papel assim, mansamente
Colorindo o céu das mensagens tuas
As minhas verdades que te depus, nuas
Pousaram-te nas mãos, tão docemente

E onde as encontrei, não havia semente
Nem grão de pólen a fecundar o verso
Nem mesmo néctar, que retrocesso
Dessa palavra que se espalha alegremente

Estava escondida na carta que escrevi
Pra te enviar, na hora em que parti
Porém as letras voaram, inesperadamente

E foram se espalhando, colorindo o céu
Despindo o dia, desvendando o véu
Dos meus segredos, dolorosamente...

Fotografia

Estou tentando em vão te vislumbrar
Nas linhas escuras de uma fotografia
Tentando ver em ti o que mais havia
Além do que a máquina pôde captar...



Quem sabe quantos sonhos irias sonhar?
Daqueles que se sonham à luz do dia
Daqueles que colocam o mundo em harmonia
Apenas, tão somente, pra nos encantar?


Aqueles sonhos que te serão a imagem
Das coisas que deseja o teu entendimento
E quem sabe em algum louco pensamento


Tu me vejas refletida na rápida paisagem
E voltes o filme que retrata o sentimento
E me tornes teu amor... Por um momento...


Ana Barreto

sábado, 31 de janeiro de 2009

Sua Presença

Nua e desarmada,
Entregue, a sonhar
Fico a acreditar teimosa,
Num caminhar para além do horizonte
E nada acontece.
A crer no sorriso,
Indagando a própria sorte,
Sou prisioneira de mim.
Vivo feito sombra a gritar por socorro.
Procuro conhecer-me, querer-me
Devorar-me toda.
Resisto!
Vejo-me como uma mulher insana
Tremendo diante da vida
Respirando e transpirando desejos
Sem ao menos saber quais são.
Escondo um ser cansado,
Por de trás das longas
E pesadas asas, querendo voar.
Quando você vêm
Feito menino travesso
Bagunça tudo, vira-me do avesso
Leva embora minha tristeza,
Envolve-se em meus mistérios.
Injeta em minhas veias,
Todo o seu saber
Sua energia
Seu querer
E faz-me acreditar que não estou morta.

Mérci

Sonho Real

Desejo apenas isto, - é algo urgente -,
ter Você como alguém muito importante
para criar um mundo mais decente
de uma decência sábia e elegante


Se Você se tornar mais consciente
da sua força e talento, isto garante
a participação eficiente
para levar meu sonho, - bom -, avante


Se cada qual cuidar de si, garanto
que este mundo, - tão louco e tão sofrido -,
há de gozar mais paz e ter sentido


que enquanto brote o riso, cesse o pranto
a partir do lugar de mais valor
a partir de seu mundo interior.

Diógenes Pereira de Araújo

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Caminhos


Nestas belas e fantásticas trilhas
Que o nosso louco amor voraz percorre,
Eu sonho com diversas maravilhas
Enquanto a vã esperança nunca morre.

Dizes tu que o olhar meu inda brilha
E que a lágrima em mim não mais escorre...
Ao ver-te, meu rosto todo fervilha
E aos teus braços a serva ansiosa corre.

Lembras-te dos tempos agora antigos
Quando havia ao redor tantos perigos
E era a dúvida enfim nossa certeza?

Ao passado então deixemos os medos,
Pois entre nós não existem segredos
Nem motivos para a minha tristeza!

Mérci

Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já ...
Saudade é amar um passado
que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida ...
Saudade é sentir que existe
o que não existe mais ...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam ...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos
é nunca ter sofrido ...

Pablo Neruda

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Curta e Grossa

Não gosto de
Meias palavras!
Por isso
Ande, venha
Devore-me inteira
E nem se dê ao trabalho
De enigmas decifrar.
E deixe que eu simplesmente
Te coma!

Mérci

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Noturno


No escuro da noite vazia,
entregue,
Sinto uma saudade povoando meu ser.
Suas lembranças, seu jeito, sua voz...
Ouso sonhar, como se pudesse tê-lo
Em meus abraços.
Seu olhar me aquece,
Sinto o fogo queimar minhas entranhas,
A respiração quente,
ofegante,
O encanto invadindo meu corpo,
Enfeitiçando-o,
fazendo-me doer, pulsar, latejar.
Vejo seus olhos em mim, providos de mistério
Como duas estrelas ocultas,
Encobertas pela escuridão da minha alma.
Esses mesmos olhos escondem um bem calmo
Que me faz esquecer
Minhas tão mal curadas mágoas.
E perdida, tenho devaneios
Como se você fizesse parte do meu viver,
E como um anjo de asas longas
Velasse meus sonhos,
protegendo meu ser cansado
Mantendo-me na cama em tênue sonhar.
Um doce meio pelo qual espero viver.
Mérci

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Costume


Às vezes olho para trás,
E o que vejo em cada momento,
São pedacinhos...
Estradas interrompidas.
Busco sentidos,
Nascer e crescer,
Ser mais que fragmentos.
Amo! sem saber o que amo.
Sou fera inocente
Brigando com meus sentimentos.
Um querer tão certo como o calor do fogo.
Não sei saber se é real, vital.
Nem mesmo,
O nome da minha alma.
Não sei onde começo,
Ou onde irei parar.
Apenas...
Que costumo voar.

Mérci