MEUS VÔOS

terça-feira, 3 de novembro de 2009



Silêncio


Quisera escrever um sonho

Uma alegria,

Enviar como poesia.

Quisera perfumar o dia

Com palavras acarinhadas, e renovadas...(Arnalda Rabelo)

Proferir palavras com um

Simples raio do sol.

O coração silente e adormecido,

Borboleta, menina uma mulher.

Pedinte! Anda pela vida clandestina.

Misto de púrpura das tardes de verão.

Ousada, irreverente

Intensa, diferente, e mais além

Vive a seu único modo.

Na quietude, olha, e não faz gestos.

Fala, e não impede os atos,

Anseia em não permitir

Que interceptem seus passos.

Vive com os sentidos, fala com a natureza

Sem mesmo saber quem ela é, só por amá-la.

Senta ao chão para apreciar os campos

Que, afinal são mais verdes.

Mais puro que o desenrolar de uma vida.

Contenta com o espetáculo do mundo,

Só de sentir calor, frio e vento

E por isso,

Já vale a pena ter nascido.

Quer sair de si e ir tão distante,

Onde ninguém possa percebe-la.

Sente a brisa que escorre pelas manhãs

E lentamente se aquece no primeiro brilho do sol.

E assim a vida chega com doçura,

Ternura,

Vigor,

Desejo.

Não anseia pelas noites que o fim do dia lhe traga.

Almeja o alvorecer.

Respira...

E em cada novo fôlego,

Mais sentimentos a perscrutar,

No recôndito da alma.

Às vezes esquece de acariciar os sonhos

Mas se alimenta do amor da noite.

Constrói seus castelos

Nas cores do arco-íris.(Arnalda Rabelo)

Ama com o desperdício, como se nada fosse.

No silêncio, um som sentido

Por querer a beleza, a leveza

E fugir da tristeza.

Procura o rumo do vento

Encontra no seu pensamento

O que possa tocar seu coração.(Arnalda Rabelo)

Vida sem choro, sem dor, sem talvez.

Vida leve, vida viva!

Então balbucia baixinho...

Sou leve, sou tudo.

Quando há doação de corpo e mente,

Pode sentir o pulsar da alma...

Que agora implora o aquecer do coração...

Apenas diz:

Leve-me pro aconchego do mundo.

Só preciso ser feliz.

Sem resposta.

O coração pulsa

Em profundo silêncio,

Enquanto seu amor

Adormece em paz.


Mérci Benício Louro. (Para minha amiga irmã Chandra).
(Com adaptaçao do poema
"Quisera Eu" de Arnalda Rabelo)