MEUS VÔOS

terça-feira, 24 de março de 2009




Amor e querer...


Sinto no amanhecer, tão fresco sabor
Teus doces lábios carregados de mel
Deslizando toda doçura na minha pele
Penetrando nela o teu ardente calor.


Um contato afetivo é algo fiel
O coração em batidas descompassadas
Numa só alma, mãos enlaçadas
E num só corpo, o amor pele a pele.


Um amor que não esqueço, que teve um começo
Perto de ti calo-me, tudo penso nada falo
Sinto-me como alma vil, apenas estremeço


E nesse teu arrepio, enlouqueço ao desejá-lo
O amor que carregas e por ele tanto padeço
Dando-te vida e alma, por tanto querê-lo!


Mérci

segunda-feira, 16 de março de 2009




Ainda não chegou o verão,
mas já sinto o calor abrasando a pele,
como se um amante sensual me
tocasse, fazendo-me elanguescer e suar...
As janelas volto a abrir,
e nua, esparramo-me pela cama longa,
sentindo a lua a me velar,
tendo o manto da noite a
cobrir minha nudez pálida
Quando necessário.

quinta-feira, 12 de março de 2009


Abraço

Abraça-me,
Beija-me
Necessito sentir-te junto a mim.
Preciso acalmar essa chama
Que arde por dentro.
Esfria esse fogo líquido
Que percorre minhas veias.
Acalma meu coração,
Que se descontrola na tua ausência.
Vem,
Preenche-me,
Toma-me para ti,
Faz-me mulher.

Mérci

quarta-feira, 11 de março de 2009

Noturno (parte um)

A lua está de corpo inteiro, nua e alta...
Derramada em todas as paragens,
Tinge tudo de prata.
É noite de verão!
Toda a gente e os insetos
Copulam em estranhas revoadas!
Cio quente na amálgama da madrugada,
Entrelaçam-se e entregam-se
Em todo ponto de lume, nas casas e nos guetos,
Nas camas desarrumadas e nos tetos
A perpetuar, nas atiradas gotas de prazer,
A vida por continuar.
Notívago sou nesta cidade,
Miríade de passantes e penares...
Dispersa na diáfana luz sobre as calçadas,
A poesia resiste nua no compasso da lua.
Vivo de ver, a vista desarmada
Na hora morta pelas ermas encruzilhadas.


Mario Ferrari

Noturno (parte dois)

Procuro um rosto em minhas sombras
E minhas negras asas pairam silentes.
É nada mais que um vulto, devaneio,
Mas teimo em perscrutar em meu planar solitário
Mergulhado no hálito morno dos becos da escuridão,
Daimon soturno e esquecido que não dorme mais.
Em todo meu movimento,
Crua dor padeço em desalento:
O fogo fátuo das paixões caladas,
As bocas entreabertas desejadas
E todos os apelos da alma incansável
Que, na geografia dos quereres,
Entrega-se inconseqüente
Entre a carência e a plenitude.


Mario Ferrari

segunda-feira, 9 de março de 2009

Confidências


Encontro-o em rostos e caras furtivas
E, por um momento, em ti quase creio
Doce mistério, oculto que não receio
Quando assim vens e o desejo me avivas!

Quero muito, e respeito seu estalar de dedos,
Desvelo, incinero e encontro a mim mesma.
E nesse encontro me perco e tal lesma,
Lentamente desvendo os teus segredos

Segredos, num silêncio que sugere sem dizer
Um olhar, um semblante, mágica qualquer
Um sonho transformado em meu perecer...

O sonho perece, mas meu desejo te quer
Num querer imenso, mais que bem querer
Quando destapo teus segredos de mulher!

Soneto em dueto
Mérci e Loucopoeta
©direitos reservados

domingo, 8 de março de 2009



Eu sou mulher...

Sou mulher...
Tenho sonhos que são só meus ...
E, entregue, eu venho
Trazer meu querer e meu olhar.
Sou essa mulher de um lugar distante,
Presa pelo umbigo a um rochedo...
Um sorriso delirante e isento,
Que quer ser o meu segredo...
Sou uma mulher, uma menina!
Um doce mal,
Um doído bem!
Hoje sou sombra, fragmento,
Um estranho movimento
A pairar em meu corpo,
Um sopro de amor no vento
A guardar meu coração prisioneiro.
No rio lacrimal em minhas pálpebras
Serei a estrela da manhã
Que me foge a cada nascer do sol...

Mérci



Encontro

Estenda sobre mim
Sua vestimenta pele
Seus poros em brasa
Sua paixão mais calma.
Durma, em mim, seu silêncio
De menina em colo de mãe
De brinquedo em mãos de criança.
Estenda sobre mim
Sua emoção mais forte
Ventre confuso, cabeça nas nuvens
Que o amor precisa e sonha
Momentos de infinitos delírios.

Cheguei Menina Mulher
E no seu aconchego
Sobre lençóis de sonhos
Esqueci meus medos e critérios.
Serena, fui despindo aos poucos
Meu corpo, meus desejos escondidos
Aguçados de prazer
Um calor, queimando minhas entranhas
Pele, corpo, alma
Adentrei seu mundo,
E com amor
Você me fez sonhar.

Mérci & Amaro