MEUS VÔOS

quarta-feira, 28 de maio de 2008

ronda noturna

Madrugada fria,
Asfalto molhado.
Do alto da luz de neón,
Casa noturna, asas soturnas...
À noite, às vezes, os Ícaros
São amáveis vampiros
A rondar na escuridão,
Com saudade do sol.

domingo, 25 de maio de 2008

Vento


O vento diz que tudo passa.

As decepções, ilusões, encantos...
Erga a cabeça menina com raça

Siga o caminho sem prantos.
Desilusão, sentimento em riste,
Decepção, servirão para ser forte
Ora tudo vai embora, ora persiste...
Tudo depende do tempo e da sorte,
Mais um vendaval se aproxima
O dia escurece, parece noite.
Trovoadas, ornados sem rima
Indignada, fiz uso do açoite
Abri a porta, deixei o vento entrar
Aquietei a alma, é só mais um temporal
Verdade, mentira, fiquei a pensar...
Amanheceu, a certeza?
Só mais um vendaval dentro de mim!
Mérci

sábado, 24 de maio de 2008

Filhas da Deusa

Alma de mulher,
Agridoce alma de feliz melancolia,
A vida é um tapa de amor que acaricia
E quem sabe disso são algumas mulheres,
Que, filhas da deusa como todas,
De alguma maneira
Herdaram a força e o sentir da Mãe Eterna

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Insônia

Hoje insônia permitida,
Apenas baniu-se o motivo.
Quisera tivessem assim acontecido
Noite lindas consentidas...
Sinto-me como vulcão em erupção

A escorrer lavas, a chama no peito,
A espera do momento, da paixão
Onde em minha noite me deleito.
Como o mar segue seu rumo revolto,

Ele veio para acalmar a tempestade, Extenuado, embora livre e ainda solto.
Abraça minha solidão com generosidade.

A paixão revigora os sentidos e a razão
Limpa a noite escura e entorpece meu ser.

Mérci 05/05/08

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sem Título

Meu amor mais recente
Se encontra comigo numa ilha
Desse estranho mar
Pisando na areia de camisola preta.
Eu venho aqui a navegar.
Ela, prenhe de sonhos,
Eu procurando nas águas.
Perdi os seus braços
Mas mesmo assim,
Vou lá para a encontrar.

Mario Ferrari




sexta-feira, 16 de maio de 2008

O poeta fantoche

Nos estilhaços de palavras
Recolho cacos para um mosaico,
Fantasia de cores e versos.
Seguro por um fio que me prende,
Piso descalço e descuidado,
Verbos e nomes, sangrando.

Ando nu sobre as pontas de vidro,
Vozes cintilantes, pensamentos.
Colando as contas brilhantes,
Danço e represento. De mãos dadas
A mim e ao fantoche poeta,
Fica meu coração no poema.

sem título

Ah os teus joelhos...
Contemplando o cotidiano
Sem saber por onde,
Fico assim, o rosto pregado na parede.
Teus joelhos fecham teu corpo nu.
No teu colo quente
Vivo o pulsar do tempo.
Amanheço colado em teu ventre.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Amargura


Diz-me então, vês algo de tenebroso em mim?
Se de minha alegria os sonhos desistiram,
Entristecida vida que desfaço na poeira,
Ainda dirás que saudades por mim resistirão.
E o vicio que parecia um devaneio,
Oceano donde vinha uma gota triste
Que ia além, e corria livre pelo peito,
No vendaval que levou o amor que tive,
Partiu numa enchente de flores flutuantes,
Seguiu uma estranha ave, uma Águia como fada
Que pousou nos ombros, eterna e distante.
Há dor enquanto minh’alma chora.
Perdeu-se a prudência do meu espírito
Nesse infindo sentimento, de solitário pranto,
De Musa que morre de delírio
Quando da boca sai o último canto.
No céu, vê-se um anjo dormindo
Em alta nuvem, sem qualquer luar,
Tão belo, e tão frio o seu sorriso
Que encanta, mas também faz chorar!
Diz-me então, o sentimento se esvai
Com dizeres feito as nuvens frias,
Fizeste das trevas meu funeral.
Pena, levaste então os meus dias!
Fala...
Vês algo tenebroso em mim?
Se de minha alegria os sonhos desistiram,
Entristecida vida que desfaço na poeira,
Ainda assim meus olhos te seguiriam.
E no vicio que parecia um devaneio,
Oceano donde vinha uma gota triste
Que ia além, e corria livre pelo peito,
No vendaval que levou o sentimento que tive,
Perdeu-se a prudência de meu espírito
Nesse infindo sentimento de solitário pranto;
Dê música ao meu peito! Que morre de delírio
Quando na boca secou o meu último canto.
No céu, vejo um anjo dormindo
Em alta nuvem, sem qualquer luar
Tão belo,mas frio o seu sorriso
Que encanta, e me faz chorar...

Mérci

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Liberdade


Quando cortas uma flor
Deixas de tê-la para ti,
Irás perdê-la para sempre,
Murchará em tuas mãos,
E não fará sementes para
Outras primaveras.
Ela deixará de alimentar
Um Beija-Flor,
De acolher as Borboletas.
Secará a seiva,e então morrerá.
Se não arriscas tua liberdade
Nunca saberás o que é tê-la de verdade.
Para tal, deves lançar-te em teus desejos
Acreditar,optar e decidir-te por eles.
Arriscar-te,
Tentar o ilimitado
Se assim não o fizeres,
Não voltarás a ti mesmo, livre e maduro.
A liberdade não tem preço
Não pode ser avaliada,
Apenas recompensada
Pelos sentimentos de tua alma.
Sem prisões,algemas,
Apenas livre.

Mérci

Inesquecível.......


Estou aqui,
Com minha cabeça em ti.
Minha vida nunca mais será igual
Eu te vi,
Tiraste naquele dia todo meu pudor
Chegaste do nada,e me embriagaste de amor
Foste me tocando,como se eu fosse tua Beijaste meus lábios com tamanha suavidade
Tiraste-me do chão.
A leveza de tuas mãos,fez de mim um nobre e pobre coração.
Indefesa,fiquei a deriva de tua emoção.
Disseste versos,encantaste minha alma
E foste pouco a pouco
Tirando-me as vestes,
Beijando meus seios
Percorrendo meu corpo
Sentindo o cheiro do sexo e paixão que exalava.
Em mim,gotejavam prazeres,
Amaste minha alma, e não apenas meu corpo nú
Carícias vinham do teu olhar,
Paixão,do teu toque,
Amor,de tua boca
Foste possuindo o que perdidamente já era teu.
Possuiste meu corpo,meus desejos,meus anseios,
Minha alma.
Eu,inerte,apenas sentindo o tudo que me davas,
Com sofreguidão,adentraste em meu corpo
Entumecido,quente,ardente
Deliciosamente tu me amaste.
Tornamo-nos um só corpo,uma só alma
Envolvemo-nos em poesia
Loucura daquele dia
Fitamos a Lua,contemplamos o tempo
Deste-me o silêncio.
Vi o mundo de dentro prá fora
Uma beleza que aflora
Num gozo real,numa magia
Cobriste meu corpo
Nú com tua Aura
E abraçados esperamos o dia clarear.
Fiquei revendo minha vida, meus valores,
Meus amores, meus temores
Refazendo minhas forças,minha fonte,minha sorte
Prá voltar a realidade
Voltar pro meu cantinho, meu ninho, meu caminho,
Minha lida.
Fui apagando o fogo, a brasa,
Renascendo das cinzas,feito Fênix
Agora,só resta cuidar de mim.
Do que sobrou, do que me tornei
Jamais esquecerei...
Mérci 29/01/08

terça-feira, 13 de maio de 2008

VÊNUS

Para encontrar a mãe,
Despiu-se das jóias, uma a uma,
Brincos, colar, correntes, anéis,
O chocalho do tornozelo...
Despiu-se de todos os apelos,
O véu, o olhar, as vestes,
De pele nua, nua em pelo,
Os pelos de seu sexo,
Despiu-se então do próprio corpo,
Do zelo, do nexo.
Mergulhou na terra-mãe a deusa, entregue...
Nua da carne, alma crua...
Voltou radiante no céu, madrugada,
Subindo antes de amanhecer:
Voltou estrela!
A verdade é uma fábula feminina.

Mario Ferrari- Coração Zagreu

Coração Adolescente...


Meu coração sem amor sofreria
Seria tal qual um porto solidão
Alma vazia,corpo a revelia
Triste,derribado,morreria
Então trago de volta a alegria
A música cigana no compasso
Com paixão danço e refaço
Meu coração exala rebeldia
Canto paixões e dores minhas ou alheias
Exalo lamentos, temores, sentimentos
Libero, o veneno de minhas veias...
Acalmo e durmo tranquila
Um sono de adolescente
E ao acordar nada mais aniquila.
Mérci 18/03/08

domingo, 11 de maio de 2008

Em busca do amor

Minha alma precisa de paz
Carinho, descanso, aconchego.
Corpo adormecido, pensamento capaz,
Encantamento tão presente, um apego.

Minha estrela há muito não brilha.
Meu céu, minha lua, meu sol, meu nada
Numa eterna procura... Sigo em trilha,
Dilacero o coração na busca cerrada.

Meus olhos lacrimejam e pulsam
Meu nariz sente o cheiro no escuro
Minhas fantasias apenas ofuscam
Os sonhos de encontrar o amor puro.

Que direito tenho eu nessa vida
De mostrar meus desejos mais loucos?
São vãs tentativas fazendo ferida,
Libertar-se é chance de poucos.

Tenho sede...Tenho fome de amor.
Mas a razão acompanha meu Ser
Haverá um dia em que libertarei meu calor
E meu perfume exalará com poder.

Num momento incendiarei de prazer
Aquele que do meu amor precisar.
Emoção vinda do meu corpo,
Carinho e conquista irão jorrar.