MEUS VÔOS

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009



Vento Malvado
O vento malvado me tira do chão
Faz com que eu perca a razão
Depois mostra ao meu coração
Que tudo é sempre ilusão...
Vento que traz no alento
Tão nobre sentimento
Um enorme desejar
E sobriedade em recuar...
Quanta maldade traz esse vento
Faz tempestade em meu peito
E sempre sai de mansinho
Tirando a paz do meu ninho
Mérci

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Olhos que se encontram



Sorrindo com os olhos brilhando
Você me mostrou o valor de um gesto...
Eu, uma pequena mulher
Enroscada em meu mundo.
Boca sedenta,
Às vezes fria
Pés em lamaçais de desejos.
Com sede...
Sede de vida,
Com fome...
Fome de amor.
Despojei mistérios enquanto bebia
A àgua dos seus olhos, a escorrer em sua face.
E seus olhos aflitos
Loucos por um querer
Um esperar ansioso...
Um coração dilacerado,
Guardando sonhos, certezas,
Apenas esperando por seu caminho.
Olhos pedintes a implorar que lhe entenda.
Eu com o coração em estilhaços
Sem saber que rumo tomar...
O imaginei entalhando rostos
Esperando por um amor puro
Sem nada fazer, sem ao menos poder.
Não tem olhos de pedra,
Nem frieza nesse olhar
Apenas um conhecedor de almas...
Que vivencia momentos,
Mostrando detalhes da vida.
Tirou de mim a armadura
E mostrou que tenho péle...
Viu-me despida de alma
Nua de mim.
Nos olhares
Uma paz infinita...
Mostrou-me a fascinante viagem
Introspectiva...
Soube através de meus versos...
Minhas carências.
Então,
Voarei como uma Águia
Em céu aberto atingindo o mais alto dos alpes...
E lá ficarei a lhe observar
Na quietude...
Aguardando o encontro da sua outra metade.
Mérci

domingo, 1 de fevereiro de 2009

BORBOLETRAS
Ana Barreto



Voaram do papel assim, mansamente
Colorindo o céu das mensagens tuas
As minhas verdades que te depus, nuas
Pousaram-te nas mãos, tão docemente

E onde as encontrei, não havia semente
Nem grão de pólen a fecundar o verso
Nem mesmo néctar, que retrocesso
Dessa palavra que se espalha alegremente

Estava escondida na carta que escrevi
Pra te enviar, na hora em que parti
Porém as letras voaram, inesperadamente

E foram se espalhando, colorindo o céu
Despindo o dia, desvendando o véu
Dos meus segredos, dolorosamente...

Fotografia

Estou tentando em vão te vislumbrar
Nas linhas escuras de uma fotografia
Tentando ver em ti o que mais havia
Além do que a máquina pôde captar...



Quem sabe quantos sonhos irias sonhar?
Daqueles que se sonham à luz do dia
Daqueles que colocam o mundo em harmonia
Apenas, tão somente, pra nos encantar?


Aqueles sonhos que te serão a imagem
Das coisas que deseja o teu entendimento
E quem sabe em algum louco pensamento


Tu me vejas refletida na rápida paisagem
E voltes o filme que retrata o sentimento
E me tornes teu amor... Por um momento...


Ana Barreto