MEUS VÔOS

domingo, 28 de setembro de 2008

Bruxo que Eu Amo

Você parece que sabe...
E sente as minhas tristezas
de falta dos ternos abraços,
e de suas mãos mais precisas.
Você parece que sabe...
Da minha solidão de agora!
Sabe porque é você que agora chora
a falta que sente que eu faço!
Você parece que sabe...
Parece que sente e me vê chorar
que hoje percebe o meu doer,
que aproxima do sangrar!
Você parece que sabe...
do abandono e da falta de colo
e me vê e alcança a minh’alma,
que é por isso que eu tanto choro!
Você, que parece que sabe,
quem me faz sentir desvalida
desenganada e feia no espelho
e fere feio, de fato, a ferida!
Você parece que sabe...
que eu sei: que a foto me engana
que o espelho me espanta e me inflama
que é na noite de sábado que eu ardo!
Você! Sim... Eu já sei de você:
Você não parece, mas sabe: me ganha
eu bem sei, você é bruxo, me assanha!
E eu daqui adivinho o porquê:
Você é perverso, mas eu amo você!

Vânia Vianna - 13-04-2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sonho


Sonho
Se me desse um sonho,
Adormeceria mulher no cio e,
No envolver cálido da noite,
Ele estaria ali,
Seus passos esperados,
Alguém que quero!
Toco então sua boca
Feito louca
E o que imaginei,
Corpos ardentes,
Afinidades sonhadas,
Prazeres,
Entrego com minha alma...
E na certeza do despertar,
Do recato de me dar sublime,
Sabendo que espaços não restam
Entre eu e esse alguém
Que a noite abençoa,
Acordo...
E vejo, que foram apenas meus
Devaneios.

Mérci

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Primavera



A primavera chegou !
Trazendo consigo encantos e muito amor,
Com todos os fulgores que lhe é peculiar.
Apagando o gosto amargo de minhas dores,
Fazendo chover dos olhos
Um néctar dos sonhos,
Alimentando minhas ilusões.
Que venha junto a chuva do meu céu,
E possa limpar minha alma.
Um brilho estarrecedor e,
Cheiro de relva venha me acompanhar.
Que diante do meu olhar,
Estrelas sejam derramadas,
E que as flores deixem cair suas pétalas a me encantar.
E quando o outono chegar...
Nem mesmo os vendavais e folhas secas,
Conseguirão me fazer chorar.

Mérci

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Lua Minha.....

Lua minha...
Onde quer que esteja,
A prateada lua...
Ilumina todos os amores e seus vicios
Deixando aberta a noite...
Toda ela nua!
Cultivando poemas dentro da madrugada,
O amante dizendo de amor para a amada.
O solitário recordando um tempo passado,
Quando tinha um grande amor a seu lado.
E essa mesma Lua banha em prata o mar,
Se doando aos poetas em inspiração
É a mesma que luzir a solidão do deserto,
E nos mostra que o amor longe ou perto,
É sempre viável em seu louvor cantar...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

As pequenas coisas...

Meu paraíso

É feito de coisas pequenas


Sonhos, devaneios

Anseios...


Se aqui é um belo lugar

Então você deve ficar.


Encanto -me

E respiro seus versos


Que a cada dia

Chegam tão libertos


Como brisa que incita

E faz tilintar minhas estrelas...




Por Mérci

domingo, 7 de setembro de 2008

Linda Guerreira

"Linda guerreira,
Da aldeia e da cidade,
Siga seu caminho sem nada levar,
Porque você nada possui.
O que você acha que é seu Permanecerá com você apenas o Tempo necessário à sua percepção da transitoriedade.
Você possui, tão somente,
O que é permanente em você...
As escolhas que faz...
O amor que sente...
O amor que expressa pela sua conduta...
Pela humildade e sabedoria do perdão...
O amor que expressa pelo toque físico...
Por palavras sempre verdadeiras e oportunas...
As lições...
A consciência de que há sempre o que ensinar...
O que aprender...
E a certeza de que o universo,
A qualquer momento,
Acariciará você com novas e mágicas oportunidades..."

sábado, 6 de setembro de 2008

Expectativas




Quando no espaço de uma vida um sonho é realizado,
Já podemos considerar isso como um presente dos deuses.
Mas se continuarmos a sonhar,
Sem da realidade desfrutar,
Ficaremos desapontados.
Pois há coisas que nem mesmo os deuses têm o poder de realizar,
Tampouco de mudar,
E uma delas é o coração dos homens...

**Karla Julia**

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Minhas Verdades



Mentem-me tuas falas
Palavras que de sal se evaporam
Descendo os montes
Contaminando os bosques
Que outrora te sorriam.
Que vejo agora?!
Horas salobras, choradas
Lamentando ricas verdades
Bordadas em palavras tão bonitas!
E ainda que ardidas a dor que tu me doas
Este mal aqui pousado vive à toa
Salgando a alma de quem te ama docemente.
Ah, meu amado, por que mentes?!
(Marisa Rosa Cabral)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Bela Índia

"Bela índia,
Ao lidar com qualquer circunstância,
Evite ter que escolher
Entre uma conduta organizada pela razão
E outra inspirada pela emoção.
Não me parece razoável isolar dimensões
Tão íntimas e de recíproca dependência.
Permita que em sua emoção se abra uma fresta,
Para que o nexo possa por ela penetrar...
Aceite que em sua razão também surja uma fenda,
Através da qual a sensibilidade possa se entranhar.
Quando a objetividade sufoca a subjetividade,
Ela subtrai, da sua conduta
A superior mulher que pulsa sua emoção.
Quando a subjetividade domina a objetividade,
Ela constrange a incansável guerreira que vibra sua razão.
Assim, ao mesmo tempo e no mesmo espaço,
Seja mulher guerreira ou guerreira mulher,
Mas, seja sempre
A razão de ser guerreira e a emoção de ser mulher..."

(A luz dos Xamãs)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Desafiando

Hoje eu desafio o mundo
Quero viver...
Apenas sonhar e sonhar
Deixar meus cacos e farrapos
Jogados as traças.
Ninguém verá meus pedaços caídos por aí.
Hoje eu desafio o mundo e a mim mesma
Sem sair.
Hoje eu sou uma mulher mais sincera
E mais justa comigo
Pode os problemas virem que
Não vou me abalar
Não tenho medo,
Vou me encontrar
Não se trata de coragem
Meus olhos estão distantes
Me camuflam na paisagem
Dando um tempo pra pensar
Querendo um bom motivo
Prá um novo sonhar
Um novo encantar
Um novo caminhar
Um pedacinho de mim quer renascer
Quer sair, pegar fogo, emergir
Um desejo...
Coisa de momento que poderá passar
Um coração na mão, em festa
Esperando você chegar.

Mérci

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Falando de amor...

Quero vivê-lo até não mais sabê-lo.
Quero sentir o amor arder nas veias
Entrar em êxtase, gritar ao mundo.
Perceber o querer, o sentir do toque das mãos.
O olhar singrado na escuridão do meu mar,
Donde eu possa desenhar um rosto, a tez.
Procuro urgentemente destruir palavras
Ódio, solidão e crueldade, alguns lamentos,
Inventar alegria, multiplicar os beijos, as searas,
Descobrir rosas e rios e manhãs claras.
Vem o silêncio nos ombros,
Uma luz impura até doer.
É urgente me fazer amar,
É urgente permanecer, lutar
Quero mais do que tenho
Mais que já tive,
Mais que um barco á deriva.
Quero frios e calafrios até não mais aguentar.
Momento instantâneo em que se abrem
Diante da alma as Crônicas do Tempo,
E me faça esquecer as vozes da consciência.
Quero ser espargida pelos olhos de um ser amado
Na Paisagem do Amor e,
Depois ser regada e cuidada pela afeição,
E finalmente acolhida pela alma.

Mérci

A árvore de mim

Bendita a fruta-poema,
da árvore de mim parida.
Polpa macia de versos,
Sabor agridoce de vida,
De vicissitudes e arrebatamentos.
Bendito o duro lenho
Tristeza e prazer,
Raiz de poesia,
Seiva e madeira de lei
Que encerra um dilema:
Ser o amor pela palavra, o poema
Ou ser o poema a palavra amor...
Tudo enfim é em mim quer queira ou não!
A árvore só sabe que deve dar frutos
E assim cumprir sua sina...