Sinto-me nua na calçada
Na rua escura, e deserta
A não saber se é dia ou noite.
Apenas vejo fragmentos de mim.
Eu sou poesia triste,
Um pólem do tempo,
Uma fruta da terra,
Pó de asa de anjo
Com o semblante caído entre os joelhos...
Sou espelho de uma pequena imagem
Uma gruta a esperar o meu próprio naufrágio.
Sou uma palavra, uma fábula
Despida véu a véu...sou corpo
A queimar no disfarce de minhas verdades.
Alma em lama, ossos triturados, coração em estilhaços.
Uma fêmea obscura em minhas entranhas
Praguejando a vida ávida, grave, devoradora de mim.
Não vejo o cintilar das estrelas
Apenas um rosto que o vento soprou.
No lume que meus olhos ficam
Vejo o desejo de amar
De querer...
De morrer
Mas nada faço...
Eu fui, eu sou, eu serei a eterna busca.
Mas nada faço...
Eu fui, eu sou, eu serei a eterna busca.
Mérci
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