MEUS VÔOS

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Vigília

Há dias em que a alvorada demora a chegar.

A noite terrivelmente quente torna-se interminável.
O tempo parece estagnar e a vida adormece em sono profundo.
A inquietude bate às portas de minha alma.
É um sutil toque: mistura de saudade e incerteza.
Chega sufocando...
Farfalha as secas folhas de sentimentos esquecidos. Rega o espírito com pequenas gotas,
Lágrimas teimosas que rolam sem o menor pudor.
Sou suspiros e devaneios.
Candeeiro que apaga lentamente.
Busco despejar essa dor. Ilusão, não quero recordar.
Cansada, enfim, a deixo ficar até o amanhecer.
Que parta com a aurora devolvendo-me a paz
Soltando as algemas da tristeza,
Libertando o meu coração!
Mérci

2 comentários:

Mario Ferrari disse...

lindo poema como quem faz a vigília!

Um beijo
Mario

Mario Ferrari disse...

Minha cabeça é torvelinho
E ninguém a ouvir meu silêncio.
Os últimos gemidos da noite
Não me deixam dormir...
Choro só...
E fico a ouvir e a dizer
As últimas palavras
Sem mover os lábios.
Então, exausto,
Sou tomado por um sono tardio.
Insônia é também teimosia,
Vigília de paixão a me consumir...


Beijo, Mérci
Mario