MEUS VÔOS

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Tristeza

É dia,
Árvores silenciosas, estáticas
Envolvidas num temporal
Aguardando a derradeira chuva
Que virá lavar a alma sofredora,
Entorpecida de lamentos e tristezas.
Aqui estou a observá-las
Feito moribunda, a esperar
Que suas folhas caiam no compasso
De minhas lágrimas.
Tempestade de buscas
Que pairam no meio do nada.
Um voo solitário.
Como se a morte tocasse,
Acariciando esse corpo cansado.
A chuva chegou!
Fria, sem emoção, sem brilho.
Meu espírito chora.
Caminho a esmo, percorro lugares,
Observo cada gota.
Que aos poucos vai cessando,
Indo embora.
De forma lúcida
Leva consigo minha sorte.
E quando nada mais se vê,
Ouço uma voz dizer:
Coração não morra!
Pare de sangrar.
Vejo então minha alma
Pedindo prá eu não parar de sonhar.
(Mérci Benício Louro).

Um comentário:

Mario Ferrari disse...

´Esta mulher que amei
Sonhei-a minha
E, entregue, eu vinha
Trazer meu amor e meu olhar.
Mulher de um lugar distante,
Presa pelo umbigo a um rochedo,
Um sorriso delirante e isento...
Eu quis ser o seu segredo!
Arremedo de um encontro,
Foi meu doce mal, meu acre bem!
Hoje sou tão somente sombra, fragmento,
Estranho atrevimento
De pairar sobre a imagem de seu corpo.
Num derrame de paixão a se perder no vento,
Redimo seu coração prisioneiro.
Sobre o rio lacrimal em minhas pálpebras,
Ela será a estrela lucilante da aurora
A me fugir com o nascer do sol.




Virei ao seu pedido
Sempre que você quiser.
Só como prometido:
O anjo torto que ainda estará
A dizer que cresça, cresça...
O amigo que você não perdeu
Até você não mais precisar.


"Mesmo assim, de longe, de viés, lhe ajudarei na travessia"