MEUS VÔOS

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Tristeza

É dia,
Árvores silenciosas, estáticas
Envolvidas num temporal
Aguardando a derradeira chuva
Que virá lavar a alma sofredora,
Entorpecida de lamentos e tristezas.
Aqui estou a observá-las
Feito moribunda, a esperar
Que suas folhas caiam no compasso
De minhas lágrimas.
Tempestade de buscas
Que pairam no meio do nada.
Um voo solitário.
Como se a morte tocasse,
Acariciando esse corpo cansado.
A chuva chegou!
Fria, sem emoção, sem brilho.
Meu espírito chora.
Caminho a esmo, percorro lugares,
Observo cada gota.
Que aos poucos vai cessando,
Indo embora.
De forma lúcida
Leva consigo minha sorte.
E quando nada mais se vê,
Ouço uma voz dizer:
Coração não morra!
Pare de sangrar.
Vejo então minha alma
Pedindo prá eu não parar de sonhar.
(Mérci Benício Louro).